Exposição resgata elementos do vestuário de sete décadas, traçando uma narrativa cheia de elegância e leveza, feita de moda e de histórias de vida.

Sylvia Demetresco

Sylvia Demetresco mais uma vez é generosa com o seu público. Referência nos campos da moda e do Visual Merchandising, com muitos livros publicados, ela fez agora a sua própria exposição. Em TECHsyTURA – 7  décadas, 70 anos, Exposição de Trajes de 1910 a 1970, a pesquisadora constrói uma narrativa sobre história da moda e a própria vida. Moda é Notícia foi conferir.

Em outras palavras, próprio título traz revelações. TECHsyTURA vem de “tessitura”, termo tão usado nos conteúdos disponibilizados por Sylvia, por meio dos livros e dos seus cursos, numa referência aos processos criativos. Estilizado, TECHsyTURA faz referência à tecnologia, assim como ao apelido familiar “Sy” da autora.

A moda vista por décadas

Assim também, a mostra faz as devidas conexões. São cerca de 300 metros quadrados de história, bem distribuídos no amplo salão do câmpus Mooca do Centro Universitário das Américas – FAM.

A princípio, o visitante faz a imersão a partir do século XX. Para cada período da história, há textos que trazem o contexto em que a moda e a vida se desenvolvem. As décadas de 1900 e de 1910 estão representadas por peças feitas de linho, com bordados delicados e casinhas de abelha. É a expressão concreta do que hoje chamamos de manualidades.

Na sequência, os anos 1920 trazem como inspiração as melindrosas, com vestidos de crepe seda, inteiramente bordados com vidrilhos, miçangas e lantejoulas, corte reto e franjas. Já nas décadas de 1930/40, a moda projeta a leveza que contrasta com a austeridade do cenário da guerra, tudo expresso no robe de chambre azul com poás brancos. 

Logo em seguida, os anos 1950/60 retratam a efervescência da Era do Rock, com modelos rodados, de tafetá, feitos para rodar enquanto se dança. Por fim, os anos 1970, feitos de tantas cores e padronagens, são ilustrados por dois vestidos de noiva: um sári prata e azul, com recortes geométricos, e outro de organza de seda branco, bordado por Sylvia e sua costureira, nas cores laranja, amarelo, rosa, roxo e verde.

Memória afetiva

Nesse sentido, ao mesmo tempo em que transitamos pela história da moda e da vida cultural e social de cada período, vale lembrar que o acervo exposto em TECHsyTURA faz parte de um conjunto pessoal de peças. Sylvia Demetresco herdou da mãe, a suíça Adrienne Louise Stern Schlossinger, tudo o que ali se encontra. Desde o “pagãozinho” de cambraia de linho usado no batizado da bisa, há 120 anos, até vestidos, chapéus e alguns outros acessórios.

Em outras palavras, o visitante também tem acesso a 16 quadros com amostras de rendas francesas, belgas e suíças, bem como ao display com coloridas meias da Lupo.

Informativa e instagramável

Finalmente, um filme produzido por Felipe Dianese mostra ao visitante a sequência da história. É também o momento para se contemplar o desfile da Thear no SPFW, cujo casting Sylvia Demetresco integrou.

Além disso, a exposição inteira é instagramável, merecendo atenção a presença do automóvel Dodge Dart 1974; o espaço que reproduz o ateliê da autora, bem como a área do Metaverso, com os recursos disponíveis de Inteligência Artificial.

Visite!

TECHsyTURA – 7  décadas, 70 anos, Exposição de Trajes de 1910 a 1970

Até 26 de agosto: visitação para o público

Horário: 5ª a sábado, das 14h às 20h. Aos domingos, das 14h às 17h. Local: FAM – Rua Borges de Figueiredo 510, Mooca.

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