Para o designer Caio Bahouth, Tempus Fugit, nome escolhido para a atual coleção de joias da carioca Bautti, é a síntese do momento, em que fomos impelidos a refletir sobre a vulnerabilidade da nossa existência.
Jovens ou avançados em anos, ricos ou não, todos temos estado sujeitos à ameaça planetária da Covid 19. “Dificilmente alguém não parou para pensar nas circunstâncias e o perigo que vivemos”, diz o jovem criador, formado em design pela PUC-Rio e filho da também designer de joias Elaine Bahouth.
Com a joalheria em seu DNA, Caio descobriu caminhos próprios, lançando-se na trilha do design contemporâneo. “No meu processo criativo, forma e função têm papel importante”, observa.
Desenvolvidas em prata e folhadas a ouro e ródio, as joias criadas pelo designer são quase esculturas. Em novembro passado, quando a marca foi lançada, a figura recorrente era a estrela – estilizada –, que dava à coleção o título de Stella, ora solitária, ora em conjunto, formando uma constelação.
Tempus Fugit, a coleção atual, recorre a simbologia própria. Desta vez, é o relógio do sol, ancestral, que viaja na história para nos recordar que o tempo que nos escapa também pode ser, de certa forma, controlado. “O relógio do sol marca o tempo com a incidência da luz. Na minha coleção, intuitivamente esse jogo é controlado por quem usa a peça”.
A série Tempus Fugit é feita de formas puras, até certo ponto “simples”, livres de rebuscamentos. Linhas circulares se repetem em colares, brincos, pulseiras, pingentes, anéis. O centro da peça pode trazer uma pedra encravada, como a granada, o topázio e a ametista. E o nome da coleção, Tempus Fugit, fica gravado no verso de cada peça.
“A Bautti nasceu digital. Sob o efeito do lockdown, não foi outra a forma possível de comercialização”, explica. Com a flexibilização das restrições, a marca, que estava mais restrita ao mercado carioca, fez agora sua entrada em São Paulo. “Continuaremos com as vendas online e agora também com lojas pop ups”.